sábado, 24 de outubro de 2015

Posso ajudar?

Há coisas que me tiram do sério e, definitivamente, comprar presentes em datas comemorativas é uma delas. Nessas ocasiões, as lojas estão sempre cheias, com um turbilhão de gente entrando e saindo, e os vendedores quase todos ansiosos por comissões de vendas.
Ao pisar o pé numa loja, logo se escuta um sonoro "posso ajudar?" de um vendedor que aparentemente brotou do chão ou que estava à espreita até o potencial comprador aparecer. É a sinalização de que foi dado início à caçada. A partir daí, o vendedor encarna em sua presa e tenta exaustivamente que ela leve algum item.
Observando esses vendedores afoitos, desenvolvi uma teoria na qual existem dois tipos deles. O primeiro, o que te segue a loja inteira, fazendo as vezes da sua sombra; o segundo, o que elogia qualquer produto que você pega e diz que o destinatário daquele presente irá adorá-lo -ainda que não o conheça nem saiba nada sobre ele. Infelizmente, na maioria das vezes que vou às compras, termino encontrando com um desses tipos.
Quando me deparo com essa desagradável abordagem, quase nunca consigo concluir a compra. Ou tenho a sorte de já saber exatamente o que quero e ir diretamente à prateleira, fugindo do vendedor, ou fico impaciente, agradeço ironicamente a ajuda e vou embora.
De uns tempos para cá, tenho pensado em uma alternativa  a esse conflito. Acho que começarei a comprar tudo pela internet. Melhor, além de fazer as compras online, posso criar minha própria marca de camisas. Já tenho duas estampas em mente: "Não, obrigado" e "Estou só olhando". Será que elas fariam sucesso nesse de fim de ano?